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Enquanto o mundo   se prepara para celebrar a diversidade da vida na  Terra, a Rede WWF e   outras ONGs estão conclamando os governos a fazer  mudanças fundamentais   no planejamento econômico para evitar o colapso do  sistema de   manutenção da vida no planeta.

Neste sábado, o mundo   celebra o Dia Internacional da Biodiversidade, que  foi proclamado pelas   Nações Unidas em 1993 com o objetivo de “ampliar a  compreensão e a   consciência acerca das questões de biodiversidade.”

A   biodiversidade e a saúde dos ecossistemas naturais são o fundamento do    bem-estar humano e da economia porque oferecem um leque de benefícios,    ou “serviços”, como ar e água limpos, proteção contra desastres    naturais, medicamentos e alimentos. Os especialistas estimam o valor    econômico global da biodiversidade como nada menos que US$ 33 trilhões    ao ano.

“Os governos raramente levam em consideração os   benefícios econômicos e  sociais da natureza em suas políticas e   atividades”, afirmou Rolf Hogan,  diretor de Biodiversidade da Rede WWF.   “Isso leva à destruição dos  ecossistemas naturais e compromete o nosso   futuro. A situação está se  tornando uma crise”.

Paralelamente   a isso, os governos do mundo não cumpriram a promessa que  assumiram em   2002, junto à Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB),  de reduzir   consideravelmente o índice de perda da biodiversidade até  2010, o Ano   Internacional da Biodiversidade.

Estudos recentes,   inclusive o Panorama Global da Biodiversidade 3  (Global Biodiversity   Outlook 3, relatório preparado pela CDB), mostram  que a continuidade da   perda maciça da biodiversidade é uma probabilidade  cada vez maior. De   acordo com os estudos, estamos nos aproximando de  diversos “pontos de   colapso”, em que os ecossistemas entrarão em estados  menos produtivos,   dos quais poderá ser impossível se recuperar.

“O   relatório da CDB mostra que, infelizmente, a conservação dos    ecossistemas e das espécies, o uso sustentável dos recursos naturais e a    repartição dos benefícios da biodiversidade ainda não fazem parte dos    principais critérios considerados por tomadores de decisão, sejam de    governos ou empresas”, afirma o superintendente de conservação do    WWF-Brasil, Cláudio Maretti.

ONGs pedem   metas mais audaciosas


Em uma declaração feita em   reunião científica da Convenção sobre  Diversidade Biológica no início   desta semana, 24 organizações não  governamentais (inclusive o   WWF-Brasil) – representando a sociedade  civil, a comunidade de   conservação e povos indígenas – disseram aos  governos que o mundo   falhou porque “as atuais políticas econômicas  promovem o consumo   exacerbado dos recursos naturais por alguns países e  segmentos da   sociedade. Isso está levando à destruição dos habitats, o  que debilita   os direitos e os meios de vida de milhões de pessoas que  dependem dos   ecossistemas para sobreviver”.

“Estamos num momento   decisivo. Uma mudança fundamental é necessária e  urgente. A sociedade   precisa de uma nova visão que associe políticas  socioeconômicas e   ambientais”.

“O Dia Internacional da Biodiversidade   deve servir de lembrete para os  Chefes de Estado ouvirem esse apelo das   ONGs e assumirem compromissos  concretos ao se reunirem na sessão   especial sobre biodiversidade da  Assembleia Geral das Nações Unidas em   setembro”, informou Hogan.

“Não podemos esperar que os   ministros do meio ambiente levantem essa  bandeira sozinhos. A   conservação e o uso sustentável da biodiversidade  precisam passar dos   círculos políticos para uma posição central no mundo  para que possamos   evitar uma perda catastrófica da biodiversidade”,  completou.

A   declaração das ONGs também faz diversas recomendações, inclusive a de    que o verdadeiro valor dos serviços da biodiversidade e dos ecossistemas    seja integrado ao planejamento e ações econômicas para o combate à    mudança do clima, e que os direitos dos povos indígenas sejam    reconhecidos.

“No Brasil, queremos saber se o governo   do presidente Lula, que se  encerra este ano, vai deixar como herança   para os brasileiros um país  que continua degradando seus ambientes   naturais, ou um país que lidera o  mundo em direção à sustentabilidade”,   questiona Maretti. Para o  superintendente do WWF-Brasil, o presidente   Lula deve assumir papel de  liderança nas discussões sobre   biodiversidade que ocorrerão na  Assembleia Geral das Nações Unidas, em   setembro.

Fonte :http://www.wwf.org.br

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